Hoarding ou Síndrome de Diógenes

                                   

                                                                Hoarding ou Síndrome de Diógenes

                                         tumblr_lxr7rrkG5J1qg9iwro1_500                                                                                   

                                                                                  “Guardiache cosa fa schifo è che dovete”

“Quem guarda o que não presta, tem o que não precisa”

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A princípio, não há nada de errado em colecionar ou guardar coisas. Até que o acumulo, seja tal que passe a incomodar alguém.

Colecionar pode ser um hobby. Além do objetivo de ampliar a coleção (selos, carros, canetas, etc.), colecionadores interagem entre si, e trocam informações sobre o objeto de seu interesse, sentem-se orgulhosos de seus espécimes raros e prazer em exibi-los publicamente. Neste caso, nada há de prejudicial, que preocupe especialistas em problemas de comportamento.

Quando em excesso (mania de guardar objetos inúteis), a prática do colecionismo pode ser sintoma de Transtorno mental e esta associado ao transtorno do Obsessivo-compulsivo e à depressão.

Antropólogos dizem não haver vida, nem histórias, isentas de objetos. Objetos são elementos mais simbólicos do que funcionais. Eles são carregados de valor afetivo. Não se trata simplesmente de possuir coisas, mas principalmente de guardar as memórias que esses objetos representam. Daí a existência de museus, as coleções de selo, carros, moedas, e até de pilhas de revistas no canto da estante. Muitos dos acervos de obras de arte expostas ao público resultam do colecionismo de pessoas abastadas.

Enquanto sintoma, o colecionismo refere-se a um padrão de comportamento caracterizado pelo acúmulo de objetos com questionável valor utilitário ou material, associado à intensa dificuldade para fazer o descarte, resultando ao longo do tempo, em prejuízo da qualidade de vida do indivíduo.

O transtorno não deve ser diagnosticado como tal se os itens são colecionados exclusivamente como hobby, ou se o comportamento não resultar em um ambiente doméstico bagunçado ou não causar sofrimento ou comprometimento significativos.

Quando identificado como sintomas ou síndrome (conjunto de sintomas) especialistas afirmam trata-se de uma perturbação definida por três características principais: coleção obsessiva de bens ou objetos que parecem inúteis para a maioria das pessoas, incapacidade de se livrar de qualquer um dos objetos ou bens recolhidos e um estado de aflição ou de perigo de falta permanente.

Nesses casos, a acumulação compulsiva — é também chamada de disposofobia e consiste na aquisição ou acumulo ilimitado de quinquilharias que já foram colocados no lixo. As pessoas que sofrem desta perturbação, na maioria idosa, (embora também acometa pessoas mais jovens, ou de bom nível econômico e intelectual) acumulam tudo o que podem para mais tarde (quem sabe?) solucionar uma “eventual emergência”. Além disso, são incapazes de descartar objetos ou bens mesmo quando eles são inúteis, perigosos ou insalubres. Essas pessoas perdem a noção de organização e higiene e a falta de noção em jogar fora coisas desnecessárias e grande apego por elas.

Em casos graves, o ambiente onde estas pessoas vivem, torna-se intransitável, entulhadas de lixo e sujeira, portas e janelas bloqueadas por objetos e papéis empilhados com riscos de incêndio e infestação de vermes, excrementos e detritos de animais de estimação.

A acumulação compulsiva ficou conhecida como Síndrome de Miséria Senil ou Síndrome de Diógenes, em referência ao filósofo grego, Diógenes de Sinope — que vivia como mendigo, dormia num barril e recolhia da rua inúmeros objetos sem valor.

O acumulador compulsivo no seu extremo é, por vezes, apelidado de “colecionador de lixo”, uma vez que reúne objetos que produzem maus cheiros, atraindo insetos e roedores. Essas pessoas, também podem juntar livros, revistas, ferramentas, recipientes, metais, móveis, eletrodomésticos, entre outros materiais, correspondendo à imagem dos andarilhos que juntam todo o tipo de velharias.

Tal como a maior parte dos comportamentos obsessivos, a acumulação compulsiva começa de uma maneira lenta e desenvolve-se de uma forma progressiva. Quase nunca a solução é simples, isenta de conflitos, hesitação e recaídas. O apoio de especialistas e a orientação da família são fundamentais.

São criadas estratégias para iniciar o descarte, classificar o que deve ser mantido e o que pode ser vendido, reciclado, doado, ou jogado no lixo, sem hesitação. Define-se um limite para o quanto de cada item poderá ser mantido na casa, qual área deverá ser preservada para circulação e outros usos que não o armazenamento. O bloqueio do colecionismo é um projeto amplo, trabalhoso e vale cada minuto do esforço.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

Psicóloga Ribeirão Preto

Publicado por Profa. Dra. Edna Paciência Vietta / Psicóloga Cognitivo-comportamental / Ribeirão Preto/ Terapia do Esquema/ ATENDIMENTO ONLINE whatsapp 55+ 16 97401 9494

Psicóloga Cognitivo-Comportamental ONLINE / Terapia do Esquema- Profa. Dra. Edna Paciência Vietta - Ribeirão Preto Graduada pela FFCLRP-USP. Atendimento individual e de casal (homo e heterosexual) Transtornos de Ansiedade ( Fobia Social, Transtorno Obssessivo-compulsivo, Pânico, Tricotilomania, Compulsões), TDAH (adulto), Transtorno Bipolar, problemas de ordem emocional e psicossomática Atendimento online pela Plataforma da Doctorália Fone: (16) 97401 9494 edna_vietta@hotmail.com https://ed729.wordpress.com/ http://www.psicomundo.com/directorio/usuarios/ver/id/23 http://www.ed238729.no.comunidades.net/ http://ednavietta.blogspot.com/ http://www.itcbr.com/profissionais/viettaed23729.shtml

2 comentários em “Hoarding ou Síndrome de Diógenes

  1. Olá, dra. Edna, muito obrigado pelas informações. Sou portador de TOC, diagnosticado em 2000, e controlado desde 2006. Queria contar o meu caso de colecionismo, para ver no que posso ser orientado. Há muito tempo que sou fã de 3 cantoras, mas de 2011 a 2013 eu comecei a comprar várias coisas delas, como CDs, livros e DVDs, mas nada que abarrotasse o meu armário; pelo contrário, os itens estão muito bem guardados. Enfim. Acontecendo desde 2012, mas principalmente a partir do ano seguinte, venho sentindo uma grande desilusão com os trabalhos artísticos das 3 ao mesmo tempo. Acontece que até 2013, eu ainda comprava coisas delas mesmo não gostando do que elas vinham fazendo, apenas para justificar a minha coleção. Aí em 2014 eu já me segurei, por vários motivos (estou desempregado, não quero abarrotar meu armário, problemas com os Correios etc.), mas o problema é: enquanto certos itens dessas 3 coleções de cada cantora são coisas meio que sagradas para mim, porque representam coisas boas e são trabalhos que eu considero bons até hoje, alguns deles são motivo de transtorno e de obsessão para mim, seja porque eu os considero trabalhos ruins, seja porque eu custei a aceitar a ideia de tê-los comigo. Além disso, são itens que me custaram caro em termos de dinheiro e para me livrar deles, é complicado porque são itens que são facilmente encontrados nas lojas, então se eu for vendê-los certamente sairia no prejuízo. Contudo, toda vez que me lembro deles eu me irrito, por tê-los comprado. No entanto, eu não sei se no futuro eu vá gostar deles, o que me faria comprá-los de dinheiro, caso eu já tivesse me desfeito deles, e isso aconteceu frequentemente comigo (por exemplo, me desfiz de dois exemplares de um CD+DVD que custaram 50 reais cada e acabei comprando um terceiro porque me arrependi de ter me desfeito). O problema é que, além de ser portador de TOC, creio que sou uma pessoa muito volúvel e faço as coisas muito movido pelo calor do momento. Como a senhora falou a respeito dos motivos que levam a considerar colecionismos como transtornos ou não, não há que justifique que eu vá me desfazer das coisas, mas o fato é que mantê-las me deixa em permanente estado de dúvida e de arrependimento, por tê-las comprado. O fato é que me apeguei servilmente a essas coisas mesmo não gostando delas, e busco justificativas absurdas, na esperança de acalmar meu interior. Gostaria de encontrar a paz com estes itens tão polêmicos na minha coleção, não queria mais sofrer na dúvida se deveria jogá-los fora ou não, pois toda vez que lembro destes itens a ansiedade e a irritação voltam. Sinto que sou uma pessoa muito indecisa, e não sei a quem recorrer, já que não tenho mais amizade com pessoas que sejam fãs dessas cantoras. Eu só queria encontrar a paz, aceitar que esses trabalhos, mesmo sendo ruins na minha opinião, foram o que elas puderam fazer. Acho que aceitar esses trabalhos deve significar aceitar também o que elas vêm fazendo e que eu não estou gostando. Enfim, é mais uma obsessão que se instaurou na minha vida. O problema não é a coleção; ela não atrapalha na casa, não traz sujeira nem bichos, é bem pequena e compacta, tenho boas lembranças de cada item que adquiri, tanto que por causa disso não decido jogar os itens polêmicos fora de uma vez por todas. O problema sou eu. E ainda há vários outros conflitos porque passo (e dos que estão mais me causando ânsias são justamente os ideológicos), e não tenho acompanhamento psicológico, então eu não sei como lidar com eles todos, mas pelo menos esse eu gostaria de ver resolvido. Grato desde já.

    1. ARTHUR, só agora pude ver sua mensagem. Como você disse e dá para perceber em sua mensagem o problema da sua compulsão não só o TOC, SERIA INTERESSANTE VOCÊ PROCURAR UM TERAPEUTA da linha cognitivo-comportamental para fazer uma avaliação do seu caso. Não existe uma fórmula mágica para resolver seus problemas é todo um processo pelo qual você teria que passar, uma reestruturação cognitiva. Dai necessitar de psicoterapia. Tente procurar alguma instituição como por ex O ITC Instituto de terapia cognitiva onde geralmente existe atendimento gratuito, OU DE PREÇOS BEM ACESSÍVEIS, MAS não deixe de se tratar.
      Dra Edna

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